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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Teorias do desenvolvimento cognitivo

Recebi por e-mail da Marina Almeida
Consultora de Ed. Inclusiva, Psicóloga e Psicopedagoga
Instituto Inclusão Brasil e Consultório de Psicologia
R. Jacob Emmerich, 365 conj.13 - Centro - São Vicente-SP
CEP 11310-071
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Não há um único conjunto de instruções aos pais que assegure resultados perfeitos quando seguido à risca. Inúmeras variações e experiências humanas que não fazem parte de qualquer teoria em particular integram as ações dos pais, o que torna impossível e não inteligente tentar seguir somente um método de educação infantil. Isso não significa que os pais não devem se interessar pelas descobertas dos pesquisadores dessa área.

Quanto mais informados os pais estiverem, mais capazes eles serão para escolher, entre as muitas atitudes e pontos de vista dos especialistas, as que acreditam que funcionarão para eles e serão compatíveis com seus temperamentos e estilos de vida. Nesta página, vamos fornecer um esboço geral das teorias de desenvolvimento cognitivo ensinadas pelos quatro especialistas.

A opinião dos especialistas no desenvolvimento cognitivo


Um único artigo como este não pode cobrir todo o trabalho que já foi feito sobre a cognição. O texto a seguir tenta lhe dar um apanhado geral sobre as premissas básicas dos quatro principais teóricos: Piaget, Gesell, Erikson e Spock. Todos acreditam que há estágios ou períodos de desenvolvimento, mas cada um enfatiza uma abordagem diferente para o estudo dos padrões de aprendizagem e pensamento de uma criança. Mas lembre-se, isso é só um apanhado geral.


O fator mais importante no desenvolvimento de uma criança são, com certeza, os pais

Piaget e Gesell - Jean Piaget foi um psicólogo suíço que pode ser chamado de interacionista, ou seja, sua teoria declara que o desenvolvimento intelectual é resultado de um intercâmbio dinâmico e ativo entre uma criança e seu ambiente. Já Arnold Gesell, um pediatra americano que conduziu suas pesquisas no Yale Child Study Center (Centro para Estudo Infantil da Universidade de Yale), pode ser chamado de maturacionista. Sua teoria é a de que a hereditariedade promove o desenvolvimento em uma seqüência pré-ordenada, como uma espécie de cronograma, com algumas diferenças individuais. Ambos contribuíram muito para os conhecimentos sobre o desenvolvimento de bebês e crianças. Embora estejam em pólos opostos, ambos possuem fatos registrados úteis para os pais e profissionais na hora de fazer observações importantes sobre o comportamento da criança. As contribuições de Piaget para a teoria da aprendizagem ajudaram a formar muitos programas educacionais em nossas escolas, enquanto os cronogramas de Gesell sobre o desenvolvimento do comportamento ainda são usados como ferramentas clínicas e de diagnóstico por pediatras especializados no desenvolvimento.

Erikson e Spock - Erik Erikson, um psicanalista infantil do Institute of Child Welfare (Instituto do Bem-estar da Criança) na Califórnia, e Benjamin Spock, o mestre dos pediatras americanos, podem ser discutidos juntos. Enquanto Piaget e Gesell enfatizam o desenvolvimento motor e intelectual, Erikson e Spock estão mais interessados no desenvolvimento emocional da criança. Embora eles também pensem no desenvolvimento em termos de estágios ou períodos, eles diferem de Piaget e Gesell ao realçar a importância das diferenças individuais entre as crianças.

Os 4 estágios teóricos do desenvolvimento de Piaget - Piaget descreve quatro períodos, ou estágios, teóricos do desenvolvimento de uma criança: sensório-motor, pré-operacional, operacional concreto e operacional formal. Esses períodos já criaram uma grande quantidade de pesquisas, a maioria das quais apoiou as conclusões de Piaget sobre o desenvolvimento cognitivo de crianças.

Os quatro estágios são muito diferentes uns dos outros, cada um revela uma maneira diferente na qual um indivíduo reage ao seu ambiente. Como um interacionista, Piaget acredita que cada estágio do desenvolvimento ocorre como resultado da interação entre a maturação e o ambiente. Ele também acredita que a inteligência ou o comportamento inteligente é a habilidade de se adaptar. Mesmo o comportamento não-verbal, até o ponto em que é adaptativo, é inteligente.

Sensório-motor - neste estágio (do nascimento aos 2 anos de idade), a criança se transforma de uma criatura que responde na maior parte das vezes com reflexos, para alguém capaz de organizar as atividades sensório-motoras em resposta ao ambiente, como para alcançar um brinquedo, por exemplo, ou para sair de perto de um estranho assustador. Um bebê gradativamente vai se tornando mais organizado e suas atividades ficam menos aleatórias. Através de cada encontro com o ambiente, ele progride de um estágio de reflexo para o estágio do aprendizado via tentativa e erro e solução de problemas simples.

Pré-operacional - neste estágio (dos 2 aos 7 anos), o pensamento de uma criança, de acordo com os padrões de um adulto, é ilógico e totalmente concentrado em si próprio. Ela começa a usar símbolos para representar objetos, lugares e pessoas. Os símbolos, imagens que representam algum objeto ou pessoa, são sensações visuais, sonoros ou de toque invocadas internamente. Nas brincadeiras, uma criança age de acordo com sua visão do mundo, usando um sistema de símbolos para representar o que ela vê em seu ambiente.

Operacional concreto - no estágio operacional concreto (de 7 a 11 anos), a criança começa a ganhar a capacidade de pensar de maneira lógica e entender os conceitos que usa ao lidar com o ambiente ao seu redor.

Operacional formal - ela chegou no estágio operacional formal (acima dos 12 anos), quando começa a pensar em termos abstratos e concretos. Adolescentes, por exemplo, podem discutir tanto problemas teóricos como reais.

No ponto de vista de Piaget, o desenvolvimento do conhecimento é um processo ativo e depende da interação entre a criança e o ambiente. A criança não possui um conjunto pré-definido de habilidades mentais e nem é um recipiente passivo de estímulos do ambiente. A partir da infância, o movimento cada vez mais dá lugar ao pensamento e o aprendizado continua a ser um processo interativo.

A teoria da maturação de Gesell - assim como Piaget, Gesell tira a ênfase das diferenças individuais entre crianças e realça a importância da maturação. No entanto, ao contrário do psicólogo suíço, Gesell vê a maturação seguindo um cronograma herdado em que as habilidades e capacidades emergem em uma seqüência pré-definida. Gesell acredita que, devido ao fato de que o bebê e a criança estarem sujeitos a forças do crescimento previsíveis, os padrões de comportamento resultantes não são subprodutos estranhos ou acidentais. Esses padrões são, em seu ponto de vista, produtos finais previsíveis de um processo de desenvolvimento total que funciona em uma seqüência específica. Ele descreve quatro campos do comportamento: motor, adaptativo, linguagem e pessoal-social. De acordo com esse ponto de vista, a organização do comportamento começa bem antes do nascimento e segue seu caminho da cabeça aos pés. Em um resumo do desenvolvimento comportamental, ele descreve os seguintes pontos de referência:

No primeiro trimestre do primeiro ano de vida (16 primeiras semanas), o recém-nascido ganha o controle sobre os músculos e nervos da face (envolvidos na visão, audição, paladar, sucção, deglutição e olfato).

No segundo trimestre (de 16 a 28 semanas), o bebê começa a desenvolver o comando dos músculos do pescoço, da cabeça e move seus braços intencionalmente. O bebê tenta pegar objetos.

No terceiro trimestre (de 28 a 40 semanas), o bebê ganha controle do tronco e das mãos, começa a pegar objetos, passá-los de uma mão à outra e demonstrar afeto por eles.

No último trimestre (de 40 a 52 semanas), o controle se estende às pernas e pés do bebê, assim como aos dedos indicadores e polegares, para permitir pegar pequenos objetos. O bebê também começa a falar.

No segundo ano, o bebê anda e corre, fala algumas palavras e frases com clareza, adquire o controle sobre a bexiga e o intestino, e começa a desenvolver um sentido de identidade pessoal e de posse.

No terceiro ano, a criança usa frases claras, tornando as palavras suas ferramentas para expressar seus pensamentos. Já deixou de ser um bebê e agora tenta manipular o ambiente. Tem explosões de raiva.

No quarto ano, a criança faz várias perguntas e começa a formar conceitos e generalizar. Já depende quase que totalmente dela mesma nas rotinas domésticas.

Aos 5 anos, a criança já está bastante madura no controle motor de grandes músculos: ela brinca e salta normalmente, pula num pé só. Fala sem fazer sons infantis e pode contar uma história longa e algumas piadas simples. E também sente orgulho de suas realizações, além de ser bastante segura no mundinho doméstico.

Erikson e Spock - enquanto Piaget e Gesell enfatizam o desenvolvimento motor e intelectual, Erikson e Spock estão mais interessados no desenvolvimento emocional da criança. Embora também pensem no desenvolvimento em termos de estágios ou períodos, eles diferem de Piaget e Gesell ao realçar a importância das diferenças individuais entre as crianças. As classificações a seguir são de Erikson, mas as descobertas de Spock também são mostradas.

O período da confiança cobre os primeiros meses da vida do bebê e é chamado assim porque os bebês precisam criar confiança em seus pais e em seu ambiente. Esse período de confiança dá uma base sólida para o desenvolvimento futuro. Spock chama os bebês desse estágio de "fisicamente indefesos e emocionalmente adaptados". Alguns bebês, no entanto, são mais difíceis de se compreender e seus pedidos de ajuda não são claros. Seus pais não conseguem distinguir o choro de fome, fadiga ou o desconforto de fraldas molhadas do choro por atenção. Problemas ocorrem freqüentemente devido à inexperiência dos pais ou porque há diferenças marcantes no temperamento entre o pai e o bebê.

O período de autonomia é aquele em que o bebê luta por independência. Esse período representa o desenvolvimento do autocontrole e autoconfiança. Já Spock fala que a criança nesse estágio possui uma "percepção de sua própria individualidade e força de vontade" e vacila entre a dependência e a independência. Os pais dessa criança devem aprender a aceitar um pouco de perda de controle para manter os limites necessários.

O período da iniciativa cobre os anos anteriores à escola, em que a criança ganha liberdade considerável. Spock, por sua vez, chama o que a criança faz nesse período de "imitação através da admiração". Os medos são um problema comum e a criança tem uma vida cheia de fantasias. As crianças nessa fase costumam ter dificuldades para se separar de seus pais, normalmente causadas ou reforçadas pelos problemas que os próprios pais têm em se separar deles.

O período da criação (ou finalização do trabalho) é quando a criança em idade escolar aprende a receber elogios ao realizar e produzir resultados. Spock descreve este período como o período no qual a criança tenta se ajustar em um grupo estranho de amigos e se afastar de seus pais. Os pais reagem a essa declaração de independência de várias maneiras diferentes, constantemente se sentindo magoados ou decepcionados. As crianças em idade escolar ainda precisam de bastante apoio dos pais, apesar de suas tentativas superficiais de auto-afirmação. Os pais devem apoiar de maneira que deixem claro o respeito pelos sentimentos e orgulho da criança.

A adolescência é o quinto e último estágio de desenvolvimento de Erikson. Ele diz que a principal tarefa dos adolescentes é estabelecer a identidade, descobrir quem são e o que querem fazer da vida. Os testes que os adolescentes fazem com seus relacionamentos e o desenvolvimento de uma visão da realidade com a experimentação constante podem ser bem difíceis para os pais. O ponto de vista de Spock é que os adolescentes são extremamente focados nos colegas. Ele realça a necessidade dos pais continuarem a definir limites apropriados, imbuir valores pertinentes e servirem de modelos positivos.

Embora Piaget, Gesell, Erikson e Spock tenham abordagens diferentes para o tema do desenvolvimento da criança, ajuda saber um pouco sobre cada uma delas. Pode ser que você ache útil pensar no desenvolvimento do seu filho em termos de sua interação com o ambiente quando ele é um recém-nascido, mas posteriormente você conseguirá tirar mais proveito da abordagem emocional. O que aprendemos acima são somente as teorias básicas de cada um desses especialistas, mas esperamos que tenha lhe dado uma boa base de conhecimento sobre o que esperar do seu filho no que se refere ao desenvolvimento cognitivo. Na próxima página, vai descobrir mais sobre o progresso das habilidades de linguagem do seu filho.
 
Referência - 2006 Publications International, Ltd.

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